Geografia - Textos e Artigos

Esses textos e artigos são escritos por mim na universidade e que agora resouvi sociabiliza-los

domingo, novembro 27, 2005

A invasão européia do espaço geográfico nordestino e o seu povoamento - primeira parte

A ocupação do espaço geográfico do Nordeste deu-se a partir do litoral para o interior. Portugal a fim de garantir a posse da terra, que pelo Tratado de Madrid apenas as poções povoadas seriam respeitadas, montou no litoral núcleos de exploração dos recursos naturais. Entretanto, a consolidação da só veio com a primeira tentativa de organização espacial no Brasil que foi a divisão do território em grandes latifúndios, as Capitanias Hereditárias, e apesar de não ter dado certo, por vários fatores, dentre eles o descomprometo por parte dos donatários e a falta de investimentos da coroa portuguesa, conseguiu montar alguns Núcleos de Povoamento no litoral ao sul em São Vicente – atual São Paulo, ao norte em Pernambuco, com Recife e Olinda e a no centro geográfico e político, do Brasil do século XVI, com Salvador na Bahia. E ainda ao norte com o desmembramento da Capitania de Itamaracá e a fundação da Capitania Real da Paraíba, em 05 de agosto de 1585, surge um importante núcleo de povoamento na cidade de Nossa Senhora das Neves – atual João Pessoa capital do estado da Paraíba. Esse modelo de ocupação levava em conta uma unica divisão espacial a organização do territorio em Zona da Mata e os Sertões.
Na divisão territorial do trabalho a zona da mata, ou Litoral, devido a sua fertilidade foi ocupado pela agricultura voltada à exportação e fundamentada no latifúndio e na monocultura, ou seja, o Plantation. Enquanto, nos Sertões prevaleceu as Entradas e Fazendas de Gado, já que não podiam concorrer com o latifúndio da cana-de-açúcar, e poeteriormente os Entrepostos Comerciais.
O Plantation da cana-de-açúcar precisava de três facilitadores ao seu desenvolvimento: grande extensão de terras fartes, o que no litoral era abundante; fazendas de gado para fornecer força motriz (o gado) e alimento (o leite e a carne de charque) e que deveriam ser no interior, pois, por ser uma criação extensiva não poderiam competir por espaço com a cana-de-açúcar; e mão-de-obra escrava e farta, a que melhor se adaptou ao Plantation do litoral foi o escravo africano o que ajudou na bela formação étnica do povo nordestino e brasileiro (segundo o IBGE cerca de 67% da população nordestina são mestiços), entretanto, tentou-se primeiro a escravidão indígena o que fez surgir uma nova classe de magníficos, grandiosos desbravadores ladrões e assassinos sanguinário conhecidos como Bandeirantes. Estes tiveram varias utilidades. Ao passo que iam invadindo o interior a procura de gemas e metais preciosos também travam a “guerra justa” contra os “caboco bravo” na tentativa de escravizá-los e quando não conseguiam, como quase sempre, os dizimavam o que de um jeito ou de outro abria caminho para as fazendas de gados tão importantes à concretização da cana-de-açúcar de litoral.
A consolidação do povoamento do interior veio com a natural transformação das fazendas de gado em núcleos de povoamentos e, posteriormente, cidades-polo o que causou a criação de rotas comerciais utilizada pelos tropeiro e caixeiros-viajantes. A intensificação da utilização dessas rotas fez criar entrepostos comerciais que tornaram-se cidades menores sobre a influência de das cidades-polo.
Essa é uma breve explanação sobre a contextualização histórica da “grandeza épica de um povo em formação que nos atrai e nos deslumbra” (Caetano Veloso e Gilberto Gil, Haiti)

As Disfomidades da Urbanização no Brasil


A urbanização no Brasil, como em qualquer país de suas dimensões, se deu de maneira disforme e gradual. Essas particularidades na densidade da inserção dos meios Tecnico-cientifoco Informacionais em cada região é a base de suas desigualdades. Um exemplo de como a urbanização brasileira age de formas distintas em suas regiões, ao ponto de formar “Quatro Brasis”, são os casos do Centro-oeste e o Nordeste.
O segundo, por ser de ocupação antiga vive numa hereditariedade histórica que dificulta, porem não impedem, o seu desenvolvimento Cientifico-informacional. Por outro lado, o Centro-oeste por ser um espaço de ocupação recente não possui tais amarras históricas o que proporcionou a formação de Espaços Luminosos que Mandam, possuído uma Fluidez Efetiva e Rápida devido a alta densidade dos Meios Tecnico-cientificos Informacionais implantados pelos grandes produtores rurais.
Outro fator agravante à essa realidade é a Divisão Territorial do Trabalho, quando as regiões brasileiras passam possuir funções bem definidas no cenário Nacional e Internacional. Divisão esta imposta pelo poder político-econômico que outrora estava no Nordeste nos estados de Pernambuco (centro econômica) e Bahia (centro política). O deslocamento desses eixos de poder para Rio de Janeiro (força política, que posteriormente passou esse titulo à para Brasília) e São Paulo (que ostenta até hoje o poderio econômico).

Referência:
Santos, Milton. Silveira, Maria Laura. Brasil: Território e Sociedade no inicio do século XXI.